sábado, 8 de fevereiro de 2014

Resumo do Livro Tia Julia e o Escrivinhador de Mario varga Llosa


O livro “Tia Júlia e o escrevinhador” tem uma história principal contada nos capítulos ímpares, e uma série de histórias secundárias contadas nos capítulos pares. Para facilitar o entendimento, vou contar primeiro a história principal, que é o romance do personagem Mario (Mariito, ou Varguinha), que tem 18 anos de idade, com Júlia, uma mulher bem mais velha, de 32 anos, irmã da mulher de seu tio, e que por isso ele chama de tia.
Mario é peruano, mora em Lima com os avós (seus pais moram nos Estados Unidos), estuda direito, e tem um emprego na Rádio Panamericana, de escrever os jornais diários que a rádio transmite. Seu melhor amigo chama-se Javier, que trabalha num banco e aparece todos os dias na rádio para conversarem. Juntamente com Mário trabalham um estagiário chamado Pascual, e um ajudante analfabeto chamado Grande Pablito. No mesmo prédio da Rádio Panamericana está também a Rádio Central. Os donos das duas rádios são os Camacho, pai e filho.
O grande sucesso da Rádio Central são as novelas, que são transmitidas ao vivo. Elas são escritas em Cuba, e vendidas para o Perú. Às vezes chegam incompletas, e os atores precisam improvisar pedaços, na hora da transmissão. Um dos trabalhos de Marío é corrigir as novelas, cheias de gírias e expressões de Cuba, e não do Perú.
Os diretores da Rádio decidem então contratar um grande escritor de novelas da Bolívia. O homem é um prodígio, que escreve continuamente uma novela atrás da outra, e também as ensaia, e faz o papel principal. Chama-se Pedro Camacho, e o autor o descreve como sendo pequeno e miúdo, no limite entre o baixinho e o anão, com nariz grande e olhos vivos, que sempre se vestia de preto, com um terno muito usados, e é muito formal, falando difícil, e usando sempre citações de grandes autores. Camacho odeia argentinos. Isso aparece durante todo o livro. (“Já encontrou argentinos em sua vida? Se encontrar, mude de calçada, porque a argentinidade é contagiosa como o sarampo”). É tão pequeno que fica escondido atrás da máquina de escrever. Mas trabalha com uma velocidade incrível, e cria histórias mirabolantes, rocambolescas, que deixam os ouvintes fascinados. As novelas de Camacho se tornam um sucesso enorme, e a Radio Central transmite várias delas por dia. Camacho trabalha continuamente, escrevendo as novelas na parte da manhã, e as encenando com os atores durante a tarde. Mora num quarto de pensão muito pobre, em Lima. Não conversa com ninguém, mas aos poucos Mario vai se tornando amigo dele. Todos os dias tomam um café juntos (Camacho não toma propriamente café, mas um chá de erva-cidreira, que ele diz estimular o cérebro).
A tia Júlia é boliviana, e vem para o Perú morar com a irmã, tia de Mario. Sua fama é de mulher “levada da breca”, divorciada, que em sua primeira semana em Lima já havia saído com quatro homens diferentes, “um deles casado”. Mário a conhece na casa da tia, e para ser gentil, a acompanha ao cinema. Aos poucos, Mario fica enamorado dela. Ela, a principio, finge não aceitar as tentativas de namoro de Mário, mas aos poucos vão ficando cada vez mais ligados um ao outro. Encontram-se sem que a família saiba de nada.
O sucesso das novelas vai aumentando a cada dia, e a rádio vai contratando outras atrações. O cantor Lucho Gatica vem do Chile, e atrai multidões de mulheres histéricas. As novelas são
ouvidas em todas as classes sociais, até mesmo pelo presidente da república. Mário nota que os atores do rádio estão fascinados com Pedro Camacho, e o obedecem em tudo nos ensaios e nas transmissões. Mario assiste uma transmissão, de dentro do estúdio, e fica fascinado com a habilidade do contra-regra (que faz os sons e efeitos especiais). Mas em todas as novelas há alguma forma de ataque aos argentinos, e a embaixada argentina reclama. Os donos da rádio mandam pedir a Camacho que modere esses ataques, mas ele não liga e continua debochando de argentinos nas novelas. Um dia, dois enormes argentinos que trabalham em uma churrascaria o cercam na rua, quando ele está com Mário. Ambos são surrados pelos argentinos.
Os amores de Mario com tia Júlia continuam de vento em popa. Mário lamenta que a tia Júlia não goste de ler, e não entenda as histórias que ele escreve, e que conta para ela. Um dia, ambos ao sair do cinema, à meia-noite, se encontram com Pedro Camacho. Como tanto Pedro como Júlia são bolivianos, fazem amizade, ficam falando da Bolívia, enquando Mário os ouve. Pedro Camacho os convida para jantar no seu quarto de pensão, que é pequeno, sujo e mal-cheiroso. Javier, amigo de Mário, também fica sabendo do romance dos dois, e fica cúmplice deles (Javier está interessado em namorar a prima de Mario, Nancy, desde menino. Nancy também acaba descobrindo o namoro de Mário com Júlia, e promete não contar para ninguém da família).
Mário começa a gastar com Júlia todo o dinheiro que tem, e procura ganhar mais fazendo outros serviços. Júlia, que considera esse namoro meio que uma brincadeira, namora também um outro homem, mais velho, médico. Quando Mario descobre isso fica furioso, e os dois têm uma briga enorme. Mário conta suas desilusões amorosas para Camacho, que lhe aconselha a mandar a Júlia uma dura, ferina, provando que sabe da traição. E que mande ao “sedutor” uma carta anônima. Quanto ao seu próprio sofrimento, “isso se cura com leite de magnésia. Na maior parte das vezes um problema amoroso é apenas má digestão”. Mas Julia e Mário acabam se reconciliando, e Mário decide que vai se casar com ela. Para isso, precisa da autorização dos pais, pois é menor de 21 anos. E sabe que os pais nunca irão autorizar.
Aos poucos, os atores da rádio, e depois os donos, começam a notar que Camacho troca os personagens das novelas, fazendo com que o personagem de uma novela apareça em outra. Às vezes um personagem morre em uma novela e passa para outra. Os nomes se trocam, há uma verdadeira confusão. Mas o enredo é tão melodramático que todos os limenhos continuam gostando. Quando a confusão se torna enorme, começam a haver deboches pelos jornais. Os donos da radio pedem a Mario que fale com Camacho, porque é amigo dele. Camacho primeiro não quer ouvir, mas depois confessa que está realmente confuso, que esquece onde os personagens estão. Confessa que precisaria montar um fichário, mas não quer porque não tem tempo e porque isso o humilharia. (Nessa conversa com Mário, o autor deixa escapar uma frase de Camacho que mostra que ele pode ser argentino).
Na mesma semana em que fala com Camacho, Mário começa a fazer entrevistas no rádio. E também nessa semana sua família fica sabendo do namoro com a tia, e todos ficam alvoroçados. Os pais de Mário, que estão nos Estados Unidos, resolvem vir para o Perú. O pai está furioso. Mario e Júlia combinam não se encontrar por um tempo. Júlia pensa em ir embora para a Bolívia, mas Mário decide que eles devem se casar o mais rapidamente
possível. Para isso, Mário vende tudo o que tem para conseguir dinheiro. Sua prima lhe indica um pequeno apartamento para alugar. Ele e Júlia fogem, e buscam por todo o Perú um juiz de paz (“prefeito”) que os queira casar, mesmo se a autorização dos pais. Finalmente conseguem num povoado um juiz de paz negro, pescador, que os casa.
Enquanto isso, nas novelas, os personagens vão morrendo aos montes: terremoto, afogamento, incêndio... Camacho é afastado, e internado em um hospício.
Quando voltam para Lima, têm que enfrentar a família, e a fúria do pai. Ele lhe manda uma carta dizendo que o matará a tiros se Júlia não for embora do Perú em 48 horas. O pai de Mário é influente, e procura de todas as formas fazer com que Júlia seja expulsa do pais. Mário tenta resistir, mas é impossível. Combinam então que Júlia irá para o Chile, até que Mário consiga acalmar o pai e acertar sua situação.
Mário arruma uma série de empregos para se sustentar. Conversa com o pai, arruma um advogado, e acaba convencendo o pai a aceitar seu casamento. Júlia volta. Eles vivem juntos durante oito anos, e viajam para a Europa. Depois se divorciam, e Mário se casa com uma prima, num casamento na igreja. Mário vive anos fora do Perú. Quando volta a Lima, reencontra alguns amigos, e vê que Camacho está um trapo, quase um mendigo, trabalhando como ajudante numa revista que está falindo. Descobre então que ele está casado com uma argentina, que já era casado com ela antes de ter vindo para o Perú, mas que ela o havia traído e abandonado, e que depois o buscara novamente no hospício.
Essa é a história central. Agora, vamos ver os capítulos pares: cada um deles é uma história diferente, que seriam as novelas de Camacho. Todos ficam sem terminar, dando a impressão de que é preciso ler o capítulo seguinte da novela. As histórias dos primeiros capítulos tem lógica. Depois, vão ficando cada vez mais confusas e absurdas, porque os personagens se misturam, e as situações ficam completamente loucas.
Capítulo 2- (História do Dr. Alberto Quinteros) (Atenção: os capítulos não tem títulos no original. Eu estou pondo estes títulos para facilitar a compreensão do resumo)
Doutor Alberto Quinteros é um médico famoso em Lima, pessoa honesta e respeitável, muito rico, que mora em uma mansão. Nesse dia, um sábado, será o casamento de sua sobrinha Elianita, com um rapaz também rico da cidade, Ruivo Antunes, simpático, mas bobo. Pela manhã, bem cedo, vai fazer ginástica na academia, e lá encontra seu sobrinho Richard, irmão de Elianita. Quinteros nota que Richard está muito nervoso com alguma coisa. À noite, na festa de casamento, encontra novamente Richard, muito perturbado: “existe alguma coisa mais idiota que uma festa de casamento, tio?” e depois: “não vou me casar nunca, tio, juro por Deus”.
No meio da festa, a noiva desmaia. Alberto Quinteros, como tio e como médico, a vai socorrer. Levam a moça para seu quarto, e o tio manda que todos saiam. Quando examina a moça, repara que ela está com uma cinta muitíssimo apertada, e quando retira a cinta, percebe que ela está grávida. Depois que os pais e o noivo voltam para o quarto, Quinteros chama o noivo de lado e lhe diz discretamente: Diga a ela que não use o cinto tão apertado. De quanto
tempo ela está grávida? Tres, quatro meses?. Só então percebe que o noivo não estava sabendo de nada. Resolve ir embora da festa. Na saída, encontra seu sobrinho Richard completamente bêbado, e o leva para sua casa. Suspeita que o responsável pela gravidez da sobrinha seja o próprio Richard. Que aconteceria agora? Ruivo abandonaria sua esposa? Ou ficaria quieto, sem comentar nada? Haveria um escândalo?
Capítulo 4 –( O policial e o negro magro e faminto) –
Numa noite fria e escura, no porto de Callao o policial sargento Lituma está fazendo sua ronda, quando encontra escondido em um beco, um negro muito magro, com o corpo todo coberto de cicatrizes feitas propositadamente. O negro está inteiramente nu, não entende nada do que o policial fala, e o acompanha docilmente até a delegacia. Lá, mostra que está faminto ao agarrar o sanduiche de um policial e o devorar instantaneamente. Aos poucos Lituma deduz que ele deve ter vindo em um navio, da Africa, e desembarcado no Perú. Deixa o homem dormindo em uma cela, e vai para casa. Na noite seguinte, quando volta à delegacia, encontra uma ordem de seus superiores, mandando que ele se livre do negro, matando-o. Lituma e outro policial levam o negro para a praia,perto de um depósito de lixo, e lá ficam discutindo se devem cumprir a ordem e matar o negro, ou se devem deixá-lo fugir.
“Mas passaram-se dois, três, vários segundos, e ele não disparava. Iria fazê-lo? Obedeceria? Daria o disparo? O misterioso imigrante rolaria sobre o monte indecifrável de lixo? Ou seria poupada sua vida, e fugiria, cego, selvagem, pelas praias dos arredores, enquanto um sargento irrepreensível ali ficava, em meio aos pútridos odores, e ao vai-e-vem das ondas, confuso e dolorido por ter faltado ao seu dever? Como terminaria essa tragédia do Callao?”
Capítulo 6 – O julgamento do testemunha de Jeová.
O Doutor Pedro Barreda Y Zaldívar, juiz da Primeira Instancia criminal da Corte Suprema de Lima vai iniciar mais um dia de julgamentos. Está na flor da idade, a cinquentena (Atenção : Essa expressão, “ a flor da idade, cinqüenta anos”, ou “a cinquentena”, aparece em todos os capítulos do livro. Uma série de personagens é apresentada assim).
O julgamento é de um caso de atentado ao pudor. O morador de uma pensão abusou de uma menina de 13 anos, filha do dono da pensão, e a ameaçara de morte se contasse o fato aos pais. Quando os pais da menina chegam sabem do ocorrido, e chamam a polícia. Os policiais vão à oficina onde trabalha o acusado, e lá recebem a informação de que ele havia ido a um batizado de testemunhas de Jeová, seita que batiza seus membros mergulhando-os em um rio. Os policiais descobrem onde é o rio, que na verdade é um riacho imundo, e lá prendem o suspeito, que se chama Gumercindo. Ele acompanha os policiais, mas nega ter feito qualquer mal à menina. Afirma que isso é perseguição por ele ser Testemunha de Jeová.
O juiz interroga os pais. Estes desejam principalmente que o acusado seja obrigado a se casar com sua filha, Sarita. Quando o juiz interroga Saria, fica com uma suspeita: a menina não parece nada inocente, e dá impressão de ser muito mais velha que apenas 13 anos. Surge a suspeita de que ela tenha tentado o Testemunha de Jeová, e este a tenha violado. O juiz interroga o acusado, que afirma ser pessoa de bem, trabalhadora, cumpridora de seus
deveres. O juiz o pressiona, e o acusado começa a chorar. Diz que não violou a menina. Rápido, pega um cortador de papeis que está sobre a mesa do juiz, e diz que vai cortar o próprio sexo, para mostrar que é inocente. Como esse drama vai terminar?
Capítulo 8 – A história de Federico, o exterminador de ratos.
Don Federico Tellez Unzátegui é dono de uma empresa que fabrica venenos para matar ratos. Estava na flor da idade, a cinquentena, e há quarenta anos dedicava sua vida a exterminar todos os ratos do território nacional. Era uma obsessão que ele tinha, desde que os ratos haviam comido viva sua irmãzinha, quando ele tinha 10 anos. Depois da tragédia, sua mãe havia morrido de desgosto, seu pai se tornara um selvagem morando na selva, e ele começou a matar ratos, primeiro com armadilhas, depois com veneno. Havia ganho muito dinheiro, e todo esse dinheiro investia em produzir venenos melhores, e a financiar pesquisas para criar novos raticidas. Casou-se apenas para ter filhos homens que continuassem sua missão de matar ratos. Tratava sua mulher, filhas e filhos com um rigor enorme, castigando a todos por qualquer coisa,e furioso porque nenhum de seus filhos queria continuar sua luta contra os ratos, e falavam mal dele. Um dia ao olhar uma revista, descobre que suas filhas estiveram numa praia, coisa que ele proibia, e resolve as matar, e matar sua mulher também. Quando tenta isso, em casa, a mulher, as filhas e os filhos se revoltam contra ele, e lhe dão uma surra. Será que irão matar o pai, e marido?
Capítulo 10 – A tragédia de Lucho Abril Marroquin
Lucho é um jovem propagandista de remédios do laboratório Bayer, que há 10 anos percorre de automóvel as cidades do Perú visitando consultórios e farmácias. Há pouco se casou com uma moça francesa. Quando está na estrada, voltando para Lima em seu Volkswagen novo, atropela acidentalmente uma menina. Quando tenta socorrer a menina, com a ajuda de um policial, um caminhão desgovernado atropela a ele, matando o policial e a menina. Fica desacordado ao lado da estrada, e é saqueado pelos moradores do local, que roubam sua carteira, seu relógio, sua medalha, tudo. Passa muito tempo no hospital, se recuperando dos ferimentos. Quando finalmente se cura, adquire um pavor enorme de andar de automóvel. Os amigos o aconselham a consultar uma psiquiatra famosa. Essa mulher argumenta que o vai curar fazendo com que se sinta orgulhoso do que fez: matar uma criança. E passa a argumentar mostrando que matar crianças é bom. Lucho se convence disso, e passa a tratar mal e surrar todas as crianças que encontra. Fica curado. Volta a viver com sua esposa, e descobre que vai ter um filhinho. E agora? Será que ele vai matar o próprio filho que irá nascer?
Capítulo 12 – A tragédia da Pensão Colonial
A Pensão Colonial é uma velha casa, no centro da cidade. Havia sido um lugar elegante e rico, mas agora era um cortiço, todo rebentado. Nessa pensão acontece uma tragédia: um hóspede com ar de santo, testemunha de jeová, propagandista de remédios, dá 15 facadas no dona da pensão, e tenta depois seduzir a mulher do dono, uma senhora que tem uma perna mais curta
que a outra. Depois de um julgamento cheio de peripécias, o agressor acaba sendo internado em um hospício. O dono da pensão sobrevive, mas fica demente. A pensão continua sua decadência, e trinta anos depois sabem pelo jornal que o maníaco fugira do hospício, dizendo que tem a missão divina de incendiar a pensão e matar seus ocupantes. Será que ele vai conseguir isso?
Capítulo 14 – A história do padre Seferino.
Seferino é um menino de rua, que entra para o seminário apadrinhado por uma senhora muito rica. Quando se ordena sacerdote, vai para o bairro mais pobre de Lima, e lá constrói sua paróquia, depois de desafiar o curandeiro local e o vencer em uma briga de socos. Começa a pregar uma religião onde se ensina a roubar e fazer trapaças, e protege as prostitutas do lugar. Recebe centenas de advertências da Cúria, mas apesar disso se torna muito popular. Até que chega um pastor protestante, e o vence também numa briga, tomando seu lugar. O padre decide se vingar, incendiando o templo do pastor, e matando todos os que estão lá dentro. Na última hora, hesita. Será que vai cumprir o seu plano?
Capitulo 16 – A história de Joaquim, o juiz de futebol
Joaquim Hinostroza Bellmont é filho de um milionário de Lima. Desde pequeno seu único interesse era futebol. Seus pais fazem de tudo para que se interesse por outra coisa, inutilmente. Joaquim só quer saber de futebol, e nem quer jogar. Sua vocação é apitar jogos. E isso ele faz com uma perícia incrível. Nunca erra. Uma desilusão amorosa o leva à bebedeira, mas mesmo bêbado, é um árbitro perfeito. (A partir daqui, o conto se torna surrealista, e totalmente sem sentido. Começam a aparecer personagens dos outros contos) Joaquim vai apitar um jogo entre Perú e Bolívia, com o estádio totalmente lotado. Todos os respeitam como o melhor arbitro do mundo. No meio do jogo um negro altíssimo, de tanga, com o corpo cheio de cicatrizes entra em campo para matar o juiz. O capitão Lituma, que assistia ao jogo, dá 12 tiros no agressor. A multidão vaia o capitão, e invade o campo (nesse instante do conto, não é mais jogo de futebol, mas uma tourada). As multidões se comprimem contra as grades metálicas que foram de repente colocadas em volta do estádio. Milhares de pessoas morrem esmagadas. Como essa história irá terminar? As pessoas voltarão a viver?
Capítulo 18 – História de Crisanto Maravillas, o cantor de Lima.
(É um capítulo inteiramente confuso e absurdo. Conta a história de um menino que nasceu em uma favela no centro de Lima, e que é muito magro e raquítico, mas que tem uma voz muito bela. Evidentemente é uma figura do que teria sido Camacho, em sua infância. Fala da paixão dele por uma menina que se torna freira).

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